Danah Zohar faz uma análise acerca da alienação que infestou a vida deste século junto da vida diária e dos relacionamentos conosco, com os outros e com o mundo como um todo. Diz que essa alienação vem dos tempos de Platão e do Cristianismo que valorizou a alma em detrimento do corpo, e da dúvida cartesiana e do nascimento da física newtoniana ou clássica.
Ambas nos lançaram numa cultura centrada no “eu” e do “meu” arrancando-nos da própria substância do Universo. Que as imutáveis leis da história descritas por Marx, a luta desesperada pela sobrevivência de Darwin e as tempestuosas forças da sombria psique de Freud devem, em alguma medida, sua inspiração a teoria física de Newton.
Estamos mergulhados no que Bertrand Rusell chamou de “desespero inarredável”, o mundo que a ciência nos apresenta para que acreditemos nos diz que o homem é produto de causas que não tinham nenhuma previsão do fim ao qual chegariam, que sua origem, seu crescimento, suas esperanças e temores, seus amores e crenças não passam do resultado do posicionamento acidental de átomos.
“Como” pergunta Russel, “pode o homem, num mundo tão alienígena e desumano, manter suas aspirações imaculadas?”.
Em larga escala não conseguimos, nos diz Danah.
Nossos relacionamentos com o mundo, com a natureza e conosco são afetados diretamente pelo Deus morto e pelo herói existencial. Porém a física quântica é diferente. Sendo a física deste minúsculo micromundo dentro dos átomos, ela descreve o funcionamento interno de tudo o que vemos e ao menos fisicamente somos.
O argumento principal do livro é o de que nós, seres humanos conscientes, somos a ponte natural entre o mundo da experiência diária e o mundo da física quântica, e que um exame mais acurado da natureza e do papel da consciência no esquema das coisas conduzirá a uma compreensão filosófica mais profunda do dia-a-dia e a um quadro mais completo da teoria quântica.
Um forte e grande abraço
Damião Maximino
