Ensina a Pescar não dar o Peixe
Fico muito triste quando vejo pessoas que passam o ano todo indiferente, a dor e necessidade do próximo, quando chega o natal posta um vídeo no facebook com uma criança passando fome sentada na calçada pedindo esmola, Jesus aparece misteriosamente, senta ao lado da criança e fica sensibilizando os transeuntes que trafegam pela rua a prestar uma ajudar aquela criança.
Fico pensando: Será que esta criança e as pessoas carentes só se alimentam no natal? E ao longo do ano não? O vídeo mostra a influência oculta de Jesus aos transeuntes. Onde fica a nossa responsabilidade enquanto ser humano? O que estamos fazendo quanto a essa situação? Apenas oração! Mesmo assim, aparece uma senhora que fica sensibilizada com a situação da criança e faz uma doação.
Parece que algumas pessoas ainda não entenderam que são elas que terão que fazer o possível e o impossível, para melhorar as politicas sociais e minimizar as necessidades das pessoas, e não algum salvador que venha fazer o quê seria o nosso trabalho, ou seja, ajudar as pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade.
Precisamos fazer uma reflexão sobre o que é ajudar: ajudar não é dar esmola. O conceito de esmola segundo o dicionário é uma dádiva caridosa feita aos pobres. A esmola humilha e põe a pessoa que recebe em condições de inferioridade perante a pessoa que oferta a esmola. A esmola pelo contrário perpetua o beneficiado em sua situação de pedinte. O Provérbio Chinês diz o seguinte: “não dê o peixe ensine a pescar”. Ensine as pessoas a se tornarem independentes, responsáveis pela sua vida. Isto sim faz uma grande diferença. Afinal o que é ajudar?
Ajudar é:
- Favorecer ao outro uma vida digna sem que ele venha novamente a mendigar.
- Proporcionar condições políticas sociais onde a pessoa necessitada possa ter trabalho e seja senhor da sua vida.
- Libertar o outro da ignorância em que ele vive.
- Retirar o outro da escravidão, dando-lhe apoio para se tornar livre.
- Acabar a miserabilidade onde existem pessoas necessitadas e outras em situação de benfeitores.
- Estabelecer mecanismo para o necessitado sair desta situação.
- Empenhar ao máximo minimizar as desigualdades sociais do mundo. Podendo sim, existir pobres e ricos convivendo harmonicamente. Não miseráveis e benfeitos.
- Um ato de amor à humanidade, aquele que ama se envolve, participa, sente a necessidade do outro, se preocupa com o bem estar social.
As pessoas que entende o que é ajudar pensam e agem desta forma: Se você não tem, eu também não tenho. Isto é humanidade é esta envolvida constantemente com a construção de um mundo fraterno em que todos possam viver como irmão.
Nesta irmandade entender que a necessidade do outro é a minha necessidade, que o que falta para o outro, falta também para mim, que eu e o outro somos um. Isto é fraternidade e devem acontecer todos os dias do ano, não apenas no período natalino.
Um forte e grande abraço
Damião Maximino